"Chega da velha política das oligarquias, chega de clãs mandando neste país".
Foi assim, com lágrimas nos olhos, que a senadora Selma Arruda (MT) justificou, na quarta-feira, a desfiliação do PSL para ingressar no Podemos. A ironia da afirmação é que a legenda reconhecida como a sensação das últimas eleições, por sair do ostracismo em que operou por 23 anos para eleger o presidente da República e centenas de parlamentares, chegou ao poder com o anunciado objetivo de fazer a "nova política".
Agora, a senadora desembarca acusando o partido de fazer justamente o inverso do que a sigla pregou na campanha. Selma Arruda é mais uma entre personagens importantes que deram adeus ao PSL.
No caso dela, o estopim foi a pressão do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o filho 01 do presidente, para que não apoiasse a chamada CPI da Lava Toga, que tem o objetivo de investigar atos de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Pelo mesmo motivo, o senador Major Olímpio (PSL-SP) também está brigando: ele quer a CPI, o clã Bolsonaro não. Por conta dessa queda de braço, defendeu que Flávio deixe a legenda, esteve presente à cerimônia de filiação da senadora ao Podemos e se despediu dela com um "até breve".
NOTA DO BLOG
Não por acaso o PSL é chamado de PARTIDO SUCO DE LARANJA. Em pouco mais de oito meses já está jogado na vala comum dos partidos envolvidos em corrupção, apadrinhamentos e práticas condenáveis. Só os muito ignorantes em política e história do Brasil poderiam acreditar que BOLSONARO significava algo novo e honesto.
EM TEMPO
O Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso cassou, por unanimidade, o mandato da senadora Selma Arruda (PSL-MT). Ela recorreu e aguarda decisão do TSE. A alegação é a de que ela incorreu em crime de abuso de poder econômico e caixa dois.